25/06/08

Despedida...


Deito-me na sombra de um momento que julgava meu, sem estrelas para contemplar, nem brisa refrescante vinda de um sopro qualquer. De olhar inerte, olho de soslaio o tempo dos frutos vermelhos que não chegaram a amadurecer por falta da suavidade do teu carinho. E entre sonho e lágrimas recordo, sem mágoa, aquilo que o tempo fechou dentro um olhar.
Um dia disseste-me, sem palavras, que o mundo também tem cor, que os sentimentos criam música sem pauta e que a poesia é um reviver de sensações, mesmo em tristezas e cansaços e eu acreditei.
Hoje, sentamo-nos de costas voltadas. Cada um vê um mundo diferente. Melhor? Talvez…
Mas olha, vê! Observa com muita atenção! Os frutos vermelhos ganharam sabor. Não têm o teu sabor, eu sei. Mas sabem a maresia e a horizonte. Sabem a presente sem passado.
Tu que sempre soubeste tão bem perscrutar a minha alma, fá-lo, agora, de mãos vazias, sem o brilho intenso do teu sorriso, sem o teu doce olhar perdido no vento e vê! Sente! Ouve!
Vê como o meu norte se distanciou do teu!
Sente o calor deste novo verão que me brindou de luz!
Ouve como as notas saídas da minha pele criam uma nova sinfonia em tons de chilrear!
E embora me preenchas de um eterno poema por acabar,
Só nos resta, sem rejeição, a saudade de uma amizade!

foto from olhares.com

24/06/08

On m'a dit...



On m’a dit que la pluie n’a pas de couleur,
Que le soleil brille tous les jours de la même façon,
Que les marées sont toutes différentes,
Que l’eau de la rivière ne passe qu’une seule fois sous le pont.
On m’a dit qu’on doit marier, avoir des enfants,
Avoir une vie routinière.
On m’a dit que l’on n’aime qu’une seule fois,
Que notre destin est la mort.
Et moi...
Je me dis que la pluie est un arc en ciel,
Que la lumière du soleil est le miroir de l’esprit,
Que les marées sont les tromperies de la vie,
Que l’eau de la rivière va et revient comme les passions folles.
Je me dis qu’on doit être heureux et vivre passionnément,
Embrassant la vie toujours une dernière fois.
Je me dis qu’on doit aimer inconditionnellement,
Si le cœur bat, si le cœur s’étonne, en voyant ton regard,
Si le cœur est une fleur et a de la soif,
Je me dis que notre destin est l’amour.


Foto from olhares.com

23/06/08


Com um beijo inaugurámos o silêncio
Um silêncio tão perturbador como a distância
Que entre nós nasceu
Mas hoje…
Hoje decidiste renascer
Escrevendo meu nome no teu sorriso
E eu sorrindo
Acariciei um outro sorriso
.





Foto: [Marie]

16/06/08

Amor...



Amar-te sem pecado
Deglutir-te serenamente
Ao som do meu fado
Entre lençóis amarrotados, transpirados
De um amor concubino
Acabado de cozinhar, condimentado…
Sussurrado…
porque
O amor também se alimenta das nossas histórias
E tem dias felizes
Tem cicatrizes apagadas
Por beijos soltos em desespero.
Porque
O amor também sente
E crê-se ávido de palavras
Formando-se em sedimentação
E por mais que se sinta
Essa força bruta galgando
As entranhas do coração
Emergindo em lava incandescente
O amor é sempre pouco…


foto from olhares.com

11/06/08

Se...




Se o meu coração voasse
Em pétalas de rosas vivas
Num sentir, num despertar
Num êxtase de te ter
Num querer-te que dói
Num ardor que penaliza,
Em seu dorso
Montava meu perfume
De verdade e conquista
De esperança que nasce
Em teu hálito de promessa
E aterrava…
Aterrava na pista prometida…






foto from olhares.com